JANELA INDISCRETA
Devido ao calor sufocante e insuportável aqui dessa cidade,resolvi abandonar meu antigo quarto de moça,e vir para o quarto da minha falecida mãe,que não tem janela escancarada para o lado do sol,mas sim para a rua transversal.Minha cama é alta e daqui de dentro,no cantinho do quarto,visualizo com amplitude a esquina lá fora,além de algumas pessoas que passam embaixo da janela sem me ver e ( a vezes ) até param para fofocar e jogar conversa fora.
Já vi e ouvi de tudo.: mulheres magoadas com filhos e maridos,reclamações de escola,trombadas de carros e motos,moças lindas dirigindo com o dedo no nariz,manos de carro ( com som rachado e inaudível ) achando que estão abafando,gente “ bem “ com carrões ultimo tipo,jogando latinha de cerveja na rua, e mulheres maduras,dirigindo carros caros,jogando ( disfarçadamente / descaradamente ) restos de sanduíches e lanches no chão do asfalto.
Claro que ,nessa situação,me vem á memória aquele famoso filme de Alfred Hitchcock "A JANELA INDISCRETA “. Daqui do meu mocó,posso testemunhar de tudo : situações bizarras e esquisitas,bate boca,beijos ocultos e apaixonados etc…Só não quero paranóia de crime e perseguição,perambulando pela minha janela. Sou da paz. Voltando pra Sampa,imediatamente esqueço tudo que meus olhos viram,meus ouvidos ouviram e minha mente captou. Pelo menos até meu próximo regresso á Taquaritinga.
MAAT / 2015