O FRIO ENTROU SEM BATER
Não conheço neve,nunca visitei paises gelados e nunca coloquei um esqui nos pes. Nasci em Taquaritinga ,cidade de clima quente com invernos frescos e agradaveis.
Agora sou cidadã Sampana onde os invernos são gelados mas toleraveis e aconchegantes.Porém nesses dois ultimos dias a coisa,digo,o inverno pegou e pegou pesado,...ops...quero dizer "gelado ". Misericordia...! Dormi com um quilo de coberta em cima de mim para me aquecer,meus pés insistiam em permanecer frios e meu xixi de madrugada quase congelou no ar antes de cair no vaso. Enquanto a região sul sofre e se diverte ao mesmo tempo com o frio torturante ( tem até uma página no face chamada "BONECOS DE NEVE DO BRASIL ) aki em Sampa o pessoal gela nas ruas,no metro,no centro da cidade,nos pontos de onibus etc...
Compadeço-me dos moradores de ruas e casas de papelão. Sampa tem muitas associações solidarias que ajudam esse pessoal desamparado ( agasalhos,sopas quentes...) mas essa madrugada foi geladissima,o frio chegou,não pediu licença,não bateu na porta e entrou com tudo : pontes,barracos,casebres,prédios,ruas,condominios ,praças,jardins,igrejas,parques...Tudo gelado. O melhor lugar da casa pra ficar em dias assim é na cozinha.
Cidadãos de clima tropical se utilizam do que tem para aliviar o frio que entra sem bater .Como sou classe média média,menos média e mais baixa,não disponho de ar condicionado quente nem calefação em casa. Utilizo os recursos que tenho na cozinha : fogão a gaz e forninho elétrico ligados logo de manhã.
Hááá...um bom fogão a lenha...que saudade ! Mas o fogão a lenha não pode ser levado para o quarto. Hááá...que saudade da minha pequena lareira lá na casinha que eu morei,no meio da floresta na Idade Média. Era pobre mas era quentinha.
O frio fica por mais alguns dias até que o todo Poderoso determine que já pode ir embora. Ficamos nós aquecendo o corpo com mantas,cachecois e blusas de lã,mas que são ineficientes para aquecer o coração.
This is the problem : quando o frio chega ao coração,entra sem bater e faz morada permanente.
Fui !
Maria da Penha Boselli* / 2017
